Tchau, Carnaval! II

quinta-feira, março 13, 2014 Bruna Resende 0 Comments


Sempre que entra o mês de março me bate a sensação de que o ano ficou velho e o que aconteceu nos primeiros dois meses dele vai dar a tônica dos outros 10 meses. Que esquisitice isso, né? Por achar tão estranho que decidi reparar se é luxo meu essa mania de fazer marcações temporais acreditando que tudo na vida tem prazos e deadlines e uma vez não cumpridos, acabou-se o que era doce. Parece que tem mais gente nessa viagem.

Essa ideia fixa de tempo determinado para as etapas da vida e acompanhada da mania de acreditar que o que é dificilmente será mudado vem, talvez, de toda uma cronologia estabelecida pela sociedade que pesa ainda mais para a mulher. É que a gente passou a vida toda acreditando que precisava resolver os assuntos inerentes ao nosso ser, nossa persona, em 30 anos. Depois disso, péééém, o tempo acaba! A fase muda, e daí você passa a ter a obrigação de se dedicar a uma terceira pessoa. Uma pessoinha, chamada filho.

Se estamos no limiar dos 30, a vida fica corrida e muda de perspectiva. Tem que se conquistar tudo rápido, em fevereiro as metas do ano tem que estar cumpridas, a lista de conquistas já tem que ter pelo menos oito novos itens. Agora se você tem 18 anos, pode dizer que o melhor de 2014 até agora foi ter descoberto uma cera de mel que faz sua depilação durar muito mais e ficar com a consciência sossegada, sabendo que ainda tem muita coisa legal por vir.

Além do tempo, o que parece ter toda uma nova significação nessa história de idade é o dinheiro. Dinheiro aos 20 anos é dinheiro. Grana para gastar no shopping, chance de ir para balada boa e a oportunidade de acompanhar a galera na hora de comer um negócio mais elaborado. Dinheiro aos 30 é sinônimo de sucesso, do que você se tornou, a medida para saber se você chegou lá ou não.

Digo essas coisas porque convivo com tanta gente que pensa assim. É tanta gente que os fatos acima apontados poderiam ter sido constatados por um instituto de pesquisa bem chique, de uma universidade americana.


Esses conceitos retrógrados precisam ser abandonados já. Vivemos uma sociedade que está melhorando, embora a gente nem sempre veja assim. Há pouco tempo, nossos pais viveram ditaduras, o mundo era cheio de limitações, regras e cerceamentos que estão sendo abolidos científica e filosoficamente. 

Em outras palavras, podemos ter filhos aos 40, se quisermos, podemos começar um novo negócio ou um novo curso superior aos 60. Podemos ser plenamente felizes levando uma vida simples, sem muito luxo mas com mais tempo. Esse é o melhor momento para se ser tudo aquilo que a gente sempre quis ser!

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